segunda-feira, 13 de abril de 2009

A recuperação no hospital

06 de abril até 08 de abril

Logo na primeira vez que a enfermeira entrou no quarto para me medicar, depois do retorno da cirurgia, veio com antibióticos, remédio para o estômago, um monte de soro e morfina, como até aquele momento, todos os médicos, enfermeiros, auxiliares e até o pessoal da faxina, tinha sido muito simpático, atencioso e brincalhão com a gente, era natural fazer graça com os remédios, não era?

A Débora quando ouviu que eu ia tomar morfina logo perguntou para a enfermeira se não tinha uma dose extra para a acompanhante, a enfermeira tadinha, levou um susto tão grande que derrubou os medicamentos no chão. Ficou muito sem graça, disse que era um medicamento controlado, enfim, não levou na esportiva a brincadeira e ainda começou a implicar com a Débora, a partir dessa hora, toda vez que ela entrava no quarto, e ela entrou a noite inteira, ela dava um jeito de reclamar de alguma coisa e botar a culpa na Débora se o quarto estava muito quente, ou muito frio, ou muito abafado, ou muito iluminado, ou pouco iluminado... enfim, essa implicância tornou a primeira noite mais divertida.

No dia seguinte a instrução era soprar uma traquitana muito esquisita, que me lembrava um aquaplay sem água, afim de recuperar a capacidade pulmonar que a cirurgia retiraria e também andar pelos corredores do hospital pra soltar pum. É verdade, durante a cirurgia por videolaparoscopia é injetado um gás dentro do abdome e a maneira de se livrar dele é caminhando para estimular sua saída na forma de pum. E ai, eu caminhava pelos corredores do hospital e via outros gordinhos também caminhando e sabia que eles também estavam ali com a mesma finalidade então procurava manter-me sempre a frente dos outros gordinhos para não ter que respirar pum dos outros. Nesse dia a Débora precisou sair pra resolver uns assuntos da casa e eu tive várias companias no hospital, minha mãe, meu pai, minha irmã, minha sobrinha, todo mundo foi lá ficar um pouco comigo. Mesmo entre puns e sopradinhas a terça-feira passou bem, principalmente pq foi o primeiro dia em que eu pude beber líquidos novamente e isso ajudou muito a melhorar meu humor também.

A noite de terça para quarta foi a mais difícil, eu estava com dor nas costas de tanto ficar na cama e não achava uma posição confortável para ficar até que apareceu a santa morfina e eu consegui dormir.

Na quarta logo cedo, o Dr. Marcelo passou no quarto, e acertou minha alta para a hora do almoço. Definitivamente o pior já tinha passado.

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