Um mês depois

Em 06/05 completei um mês de operado e nesse intervalo uma série de coisas chatas e inconvenientes aconteceram comigo. Vou fazer aqui um resumo em tom de desabafo de todas as dificuldades por que passei e desculpem o tom do post, mas foi um mês tão difícil, foram tantos problemas e tantas complicações que eu precisava botar pra fora, precisava compartilhar isso com alguém.

Pra começar minha pressão arterial normalizou, fui hipertenso desde os 18 anos, quando comecei a tomar remédios para controlar a pressão e agora não preciso mais usar medicamentos. Outra coisa inconveniente de mais que aconteceu, não tenho mais dor de cabeça no final do dia. Por conta da pressão alta, chegava em casa sempre de mau humor e com dor de cabeça e com isso consumia quantidades absurdas de aspirina ou novalgina, e isso também acabou. A indústria farmacêutica sentiu o golpe. A reação em cadeia que a redução na produção dos medicamentos para controle de pressão pôde causar é verificada todos os dias nas manchetes dos jornais: "Queda na produção", "Aumenta o nível do desemprego", "Demissões em massa", "Crise mundial!", só queria pedir desculpas a esso povo todo, mas minha saúde vinha em primeiro lugar e também eu não achava que ia ser assim tão rápido. Foi mal ai pessoal.

Nesse primeiro mês eu perdi 15kg, uma média impressionante de 500gr. por dia. Um absurdo! 15kg que me acompanharam por muito tempo, que fizeram parte da minha história que estavam comigo há anos e agora os perdi e não os encontrarei mais. E sabem o que é pior??? No próximo mês devo perder mais 10kg!!!! Nesse rítmo vou acabar magro, não saberei mais quem sou.

Outras coisas inconvenientes que aconteceram: meu fôlego melhorou, antes ao dar uma voltinha no quarteirão ou de ir e voltar da padaria eu me cansava, chegava com falta de ar, suando em bicas, isso não acontece mais também. É claro que meu fôlego ainda não permite que eu participe do Ironman, mas eu chego lá. 

Aliás, o suor merece um capítulo a parte. Suava o tempo todo, independente de frio ou calor, de repouso ou exercício, acordado ou dormindo, estava sempre suando. Desde sempre, acordo pelas manhãs suado, independente se é verão ou inverno, sempre acordo suado e azedo (e não me refiro ao humor). Depois que comecei a emagrecer isso também mudou. Acordo sequinho e nem de perto acordo azedo.

Quem também tem sofrido muito com as mudanças é a Débora. Segundo ela, meus roncos diminuíram radicalmente e isso tem atrapalhado o sono dela que, tadinha, não se acostuma a dormir com o silêncio. Estamos considerando mudar para próximo de uma avenida para quem sabe assim, voltarmos a dormir em paz.

Por falar em sono, estou dormindo feito um bebê, acordo muito mais disposto do que antes. Não sinto mais as dores nas costas que sentia quando ficava muito tempo na cama.

Ah, comecei a perder minhas roupas. Algumas camisas estão folgadas, as cuecas não ficam mais no lugar, as meias (até as meias!) estão folgadas, uma calça já ficou indecentemente grande e todas as minhas calças jeans e de sarja entram e saem agora sem que eu precise abrir o botão ou o zíper. Meus dois sintos estão no penúltimo buraco. Daqui a pouco vou precisar fazer um buraco novo nos pobres coitados. Eu emagreço e eles é que levam furo... uma sacanagem com eles. E o pior de tudo, não posso comprar roupas novas. Ainda vou emagrecer muito e qualquer investimento que fizer agora em semanas estará perdido.

Agora o pior de todos os problemas, o mais grave deles, algo até pouco tempo inimaginável, algo que eu nunca pensei que fosse acontecer, fico até sem graça de contar isso, pois quem me conhece bem pode até achar que é mentira, mas o fato é que, eu até sinto falta de caminhar ou fazer algum tipo de exercício nos dias em que eu, por ventura não consigo nem dar minha caminhada. Absurdo!

Essa cirurgia só me trouxe problemas.