sábado, 27 de junho de 2009

Crises

Crise na saúde, crise na economia, crises sem fim na política e em tempos de crise morre Michael Jackson, que passou a vida toda em crise.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Revendo conceitos

Comprei um carro GM e detestei.

Sempre que eu ouvia falar em GM a primeira imagem que vinha a cabeça era de carro chique, luxuoso, confortável... mas depois que comprei o Prisma, que supostamente deveria ser o meu primeiro grande carro (como dizia o slogan no comercial de TV) em todos os sentidos, mas principalmente por que o anterior era um Ka e antes desse tive um Palio, um Uno e um Fusca. A expectativa era grande, enorme, pra falar a verdade, um sedã, o primeiro sedã.

Vai acreditar em comercial de TV vai...

O carro foi uma decepção só. O acabamento dos paineis no interior do carro são cheios de rebarbas, o plástico é horrível, a posição de dirigir é estranha, o carro é barulhento (em rua de paralelepípedo então, parece que tá tudo solto dentro das portas e do painel), a suspensão é muito mole, o câmbio arranha para engatar a ré e às vezes, a primeira marcha não entra e eu tenho que sair em segunda, a direção hidráulica é muito leve, o consumo andando na gasolina é ruim, no alcool é razoável. O motor 1.4 é a única coisa surpreendentemente boa no carro. Pra quem tinha um Ka 1.6 e achava que um carro maior com motor menor seria de uma lerdeza só, foi legal descobrir que não era o motor que ia me fazer sentir saudades do carro anterior. Na verdade o que me faz sentir saudades do Ka é todo o resto.

De qualquer forma o carro já foi comprado, já é odiado e a decisão de nunca mais ter um GM tomada.

Bom, mais ou menos... seguia eu firme e forte nessa resolução até que o Irmão do Décio, que é um designer de mão-cheia (com hífem mesmo?) e que deveria trabalhar na GM ou em qualquer outra montadora, publicou em seu blog as releituras do Opala e da Caravan que ele fez. O Flávio Gomes acha que a releitura ficou tão boa que salvaria a GM da falência, não sei se chega a tanto, mas com certeza mudaria a forma como eu encaro os carros dessa montadora, ah com certeza mudaria.















terça-feira, 23 de junho de 2009

Retorno no médico

Ontem tive retorno no médico, com 2 mêses de cirurgia fiz vários exames de sangue e ontem fui levar para o Dr. Marcelo avaliar os resultados. Colesterol, glicose, triglicerídeos, ácido úrico, todos caindo. Não é só o peso que tá baixando. Tô bastante feliz com esses resultados. Em três mêses vou fazer um ultrasson do fígado, que antes da cirurgia estava bem gordinho. Esse é o exame que mais tenho curiosidade de saber o resultado pois era o que de mais grave eu tinha.

A propósito, até ontem meu peso despencou 24kg, estou com 130kg agora e continua caindo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Projeto micado

Hoje é o dia D do meu projeto ninja. Estou nas dependências do cliente na Av. Faria Lima, fazendo os últimos ajustes na aplicação, testando, validando tudo que foi feito até agora. De repente o alarme de incêndio dispara, todos devem evacuar o prédio. Estou no 12º andar, tenho que descer pelas escadas. Incrivelmente não há pânico, todo mundo desce as escadas civilizadamente, os brigadistas estão calmos e executam o procedimento de evacuação a risca, todos obedecem. Logo fica claro tratar-se de um exercício. Fosse para valer, tivesse fumaça por todos os lados será que todo mundo estaria tão calmo? Duvido.

Ao término da descida, que parecia não acabar mais, ainda tivemos que dar uma volta no quarteirão para completar o exercício. Aproveitei pra tirar umas fotos do povo passeando na rua durante o horário do expediente. Foi divertido mas preferia não ter perdido o tempo com o exercício.






segunda-feira, 8 de junho de 2009

Catástrofe na cozinha

Estou em um projeto ninja, trabalhando até tarde quase todos os dias (finais de semana inclusos), primeiro em São Bernardo do Campo, depois no escritório, as vezes em casa. Dia desses o provedor de internet da Essence saiu do ar e resolvi ir para casa trabalhar no projeto para não ficar parado esperando a internet voltar ao funcionar no escritório uma vez que nosso provedor, a Diveo, não tinha uma informação precisa para o horário do reestabelecimento do serviço.

Aproveitando que a Débora estava no mercado, que é próximo à Essence, pedi a ela que passasse no escritório para me dar uma carona para casa.

Chegando em casa, ajudei a Débora a descarregar as compras e fui me instalar, ligar o computador e conectar ao ambiente de trabalho do cliente para retomar o trabalho perdido durante a manhã. Foi eu sentar na cadeira e ouvi um barulho estranho, como se alguma coisa tivesse quebrado. Na sequência a Débora solta um gritinho de espanto e então CRASH, ouço o barulho de milhares de copos caindo ao chão. Corri até a cozinha e só ai que entendi o que acontecia. Como se fosse mágica, sem nenhum aviso prévio, depois de passarem os últimos 30 anos exatamente no mesmo lugar, os azulejos da cozinha se soltaram da parede e caíram sozinhos.




A casa ficou uma bagunça só, foi um caos. A idéia de ir pra casa para conseguir adiantar o trabalho foi altamente prejudicada pelo incidente. O resultado? Trabalhei até de madrugada. Da próxima vez que a internet cair no escritório, vou ficar por lá mesmo esperando, excesso de pró-atividade me dá azar.


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Adeus GM - Por Michael Moore

Escrevo na manhã que marca o fim da toda-poderosa General Motors. Quando chegar a noite, o Presidente dos Estados Unidos terá oficializado o ato: a General Motors, como conhecemos, terá chegado ao fim.

Estou sentado aqui na cidade natal da GM, em Flint, Michigan, rodeado por amigos e familiares ansiosos a respeito do futuro da GM e da cidade. 40% das casas e estabelecimentos comerciais estão
abandonados por aqui. Imagine o que seria se você vivesse em uma cidade onde uma a cada duas casas estão vazias. Como você se sentiria?

É com triste ironia que a empresa que inventou a “obsolescência programada” – a decisão de construir carros que se destroem em poucos anos, assim o consumidor tem que comprar outro – tenha se tornado ela mesma obsoleta. Ela se recusou a construir os carros que o público queria, com baixo consumo de combustível, confortáveis e seguros. Ah, e que não caíssem aos pedaços depois de dois anos. A GM lutou aguerridamente contra todas as formas de regulação ambiental e de segurança. Seus executivos arrogantemente ignoraram os “inferiores” carros japoneses e alemães, carros que poderiam se tornar um padrão para os compradores de automóveis. A GM ainda lutou contra o trabalho sindicalizado, demitindo milhares de empregados apenas para “melhorar” sua produtividade a curto prazo.

No começo da década de 80, quando a GM estava obtendo lucros recordes, milhares de postos
 de trabalho foram movidos para o México e outros países, destruindo as vidas de dezenas de milhares de trabalhadores americanos. A estupidez dessa política foi que, ao eliminar a renda de tantas famílias americanas, eles eliminaram também uma parte dos compradores de carros. A História irá registrar esse momento da mesma maneira que registrou a Linha Maginot francesa, ou o envenenamento do sistema de abastecimento de água dos antigos romanos, que colocaram chumbo em seus aquedutos.

Pois estamos aqui no leito de morte da General Motors. O corpo ainda não está frio e eu (ouso dizer) estou adorando. Não se trata do prazer da vingança contra uma corporação que destruiu a minha cidade natal, trazendo miséria, desestruturação familiar, debilitação física e mental, alcoolismo e dependência por drogas para as pessoas que cresceram junto comigo. Também não sinto prazer sabendo que mais de 21 mil trabalhadores da GM serão informados que eles também perderam o emprego.

Mas você, eu e o resto dos EUA somos donos de uma montadora de carros! Eu sei, eu sei – quem no planeta Terra quer ser dono de uma empresa de carros? Quem entre nós quer ver 50 bilhões de dólares de impostos jogados no ralo para tentar salvar a GM? Vamos ser claros a respeito disso: a única forma de salvar a GM é matar a GM. Salvar a preciosa infra-estrutura industrial, no entanto, é outra conversa e deve ser prioridade máxima.

Se permitirmos o fechamento das fábricas, perceberemos que elas poderiam ter sido responsáveis pela construção dos sistemas de energia alternativos que hoje tanto precisamos. E quando nos dermos conta que a melhor forma de nos transportarmos é sobre bondes, trens-bala e ônibus limpos, como faremos para reconstruir essa infra-estrutura se deixamos morrer toda a nossa capacidade industrial e a mão-de-obra especializada?

Já que a GM será “reorganizada” pelo governo federal e pela corte de falências, aqui vai uma sugestão ao Presidente Obama, para o bem dos trabalhadores, da GM, das comunidades e da nação. 20 anos atrás eu fiz o filme “Roger & Eu”, onde tentava alertar as pessoas sobre o futuro da GM. Se as estruturas de poder e os comentaristas políticos tivessem ouvido, talvez boa parte do que está acontecendo agora pudesse ter sido evitada. Baseado nesse histórico, solicito que a seguinte ideia seja considerada:

1. Assim como o Presidente Roosevelt fez depois do ataque a Pearl Harbor, o Presidente (Obama) deve dizer à nação que estamos em guerra e que devemos imediatamente converter nossas fábricas de carros em indústrias de transporte coletivo e veículos que usem energia alternativa. Em 1942, depois de alguns meses, a GM interrompeu sua produção de automóveis e adaptou suas linhas de montagem para construir aviões, tanques e metralhadoras. Esta conversão não levou
muito tempo. Todos apoiaram. E os nazistas foram derrotados.

Estamos agora em um tipo diferente de guerra – uma guerra que nós travamos contra o ecossistema, conduzida pelos nossos líderes corporativos. Essa guerra tem duas frentes. Uma está em Detroit. Os produtos das fábricas da GM, Ford e Chrysler constituem hoje verdadeiras armas de destruição em massa, responsáveis pelas mudanças climáticas e pelo derretimento da calota polar.

As coisas que chamamos de “carros” podem ser divertidas de dirigir, mas se assemelham a adagas espetadas no coração da Mãe Natureza. Continuar a construir essas “coisas” irá levar à ruína a nossa espécie e boa parte do planeta.

A outra frente desta guerra está sendo bancada pela indústria do petróleo contra você e eu. Eles estão comprometidos a extrair todo o petróleo localizado debaixo da terra. Eles sabem que estão “chupando até o caroço”. E como os madeireiros que ficaram milionários no começo do século 20, eles não estão nem aí para as futuras gerações.

Os barões do petróleo não estão contando ao público o que sabem ser verdade: que temos apenas mais algumas décadas de petróleo no planeta.
À medida que esse dia se aproxima, é bom estar preparado para o surgimento de pessoas dispostas a matar e serem mortas por um litro de gasolina.

Agora que o Presidente Obama tem o controle da GM, deve imediatamente converter suas fábricas para novos e necessários usos.

2. Não coloque mais US$30 bilhões nos cofres da GM para que ela continue a fabricar carros. Em vez disso, use este dinheiro para manter a força de trabalho empregada, assim eles poderão começar a construir os meios de transporte do século XXI.

3. Anuncie que teremos trens-bala cruzando o país em cinco anos. O Japão está celebrando o 45o aniversário do seu primeiro trem bala este ano. Agora eles já têm dezenas. A velocidade média: 265km/h. Média de atrasos nos trens: 30 segundos. Eles já têm esses trens há quase 5 décadas e nós não temos sequer um! O fato de já existir tecnologia capaz de nos transportar de Nova Iorque até Los Angeles em 17 horas de trem e que esta tecnologia não tenha sido usada é algo criminoso. Vamos contratar os desempregados para construir linhas de trem por todo o país. De Chicago até Detroit em menos de 2 horas. De Miami a Washington em menos de 7 horas. Denver a Dallas em 5h30. Isso pode ser feito agora.

4. Comece um programa para instalar linhas de bondes (veículos leves sobre trilhos) em todas as nossas cidades de tamanho médio. Construa esses trens nas fábricas da GM. E contrate mão-de-obra local para instalar e manter esse sistema funcionando.

5. Para as pessoas nas áreas rurais não servidas pelas linhas de bonde, faça com que as fábricas da GM construam ônibus energeticamente
eficientes e limpos.

6. Por enquanto, algumas destas fábricas podem produzir carros híbridos ou elétricos (e suas baterias). Levará algum tempo para que as pessoas se acostumem às novas formas de se transportar, então se ainda teremos automóveis, que eles sejam melhores do que os atuais. Podemos começar a construir tudo isso nos próximos meses (não acredite em quem lhe disser que a adaptação das fábricas levará alguns anos – isso não é verdade) 

7. Transforme algumas das fábricas abandonadas da GM em espaços para moinhos de vento, painéis solares e outras formas de energia alternativa. Precisamos de milhares de painéis solares imediatamente. E temos mão-de-obra capacitada a construí-los.

8. Dê incentivos fiscais àqueles que usem carros híbridos, ônibus ou trens. Também incentive os que convertem suas casas para usar energia alternativa.

9. Para ajudar a financiar este projeto, coloque US$ 2,00 de imposto em cada galão de gasolina. Isso irá fazer com que mais e mais pessoas convertam seus carros para modelos mais econômicos ou passem a usar as novas linhas de bondes que os antigos fabricantes de automóveis irão construir.

Bom, esse é um começo. Mas por favor, não salve a General Motors, já que uma versão reduzida da companhia não fará nada a não ser construir mais Chevys ou Cadillacs. Isso não é uma solução de longo prazo. 

Cem anos atrás, os fundadores da General Motors convenceram o mundo a desistir dos cavalos e carroças por uma nova forma de locomoção. Agora é hora de dizermos adeus ao motor a combustão. Parece que ele nos serviu bem durante algum tempo. Nós aproveitamos restaurantes drive-thru. Nós fizemos sexo no banco da frente – e no de trás também. Nós assistimos filmes em cinemas drive-in, fomos à corridas de Nascar ao redor do país e vimos o Oceano Pacífico pela primeira vez através da janela de um carro na Highway 1. E agora isso chegou ao fim. É um novo dia e um novo século. O Presidente – e os sindicatos dos
trabalhadores da indústria automobilística – devem aproveitar esse momento para fazer uma bela limonada com este limão amargo e triste.

Ontem, a último sobrevivente do Titanic morreu. Ela escapou da morte certa naquela noite e viveu por mais 97 anos. Nós podemos sobreviver ao nosso Titanic em todas as “Flint – Michigans” deste país. 60% da General Motors é nossa. E eu acho que nós podemos fazer um trabalho melhor.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

E já se foram 20 anos...

Há exatos 20 anos, milhares de estudantes chineses foram a Tiananmen (Praça da Paz Celestial) para protestar contra o governo chinês e pedir pelo direito a voto. O governo chinês tentou remover os estudantes mas sem sucesso apelou para o exército do povo e promoveu um verdadeiro massacre. Os números oficiais falam em 241 mortos, mas acredita-se que morreram mais de duas mill pessoas.

Eu tinha 14 anos na época e não lembro muito bem desses dias caóticos pelos quais a China passou, lembro apenas de uma imagem muito forte que dificilmente esquecerei. 

Um estudante chinês sozinho bloqueia uma coluna de tanques munido apenas de sua coragem e sua voz. Essa pra mim é a maior prova de que um indivíduo sozinho pode fazer sim a diferença e é um exemplo de coragem.



Esse chinês anônimo que foi preso e fuzilado pelo exército chinês é um dos meus heróis.